Moro em cima de um morro, um pico. De noite acendo uma fogueira pouco mais de 5 metros da barraca, ainda na parte de pedra. A grama mais ao lado, caso queira me deitar e olhar os céus, planejando aonde ir no dia seguinte. As nuvens vem em minha direção, talvez um pouco mais abaixo, acertando o rochedo que a faz desviar, formando uma neblina de uns 20 centímetros do chão. A nuvem então se mistura comigo, formamos um só ser, o fogo ilumina, com uma luz fraca, a brisa que passa. Ao longe apenas mato, bem abaixo de mim. Quando quero, vejo cidades, mas cidades pequenas, estilo Faroeste. Tribos indígenas.
Aprendi com os índios a sentir a energia do nosso planeta.
Não apago o fogo antes de ir dormir, deixo-o a mercê de sua vontade.
Acordo ao som de Eddie Vedder, ando um pouco e consigo ouvir Humble Soul saindo das folhagens das árvores. E de uma árvore sonolenta pode-se ouvir The Saints. Quando sou requisitado pelo Mestre, ouço Sua voz, a voz de Deus, e a Ele obedeço, porque sem Ele, meu mundo não existiria, e o Amor é grande, o maior.
Mais a frente vejo lagos, rios e cachoeiras. São meus chuveiros, jacuzzis e banheiras. Essas águas cantam Planta e Raiz, em alto e bom som.
É hora de continuar, seguir em frente, porque "é nessa que eu vou, pra sossegar, fazer música, falar de amor... ".
No meu caminho há dificuldades, nunca maiores que meu Deus.
A cada bela visão, meu coração acelera, pulsa alegria pra minha mente. Há uma moça, Sugar Minott é o que sai das plantas naquele mesmo instante. Eu me apaixono, não tive escolha. O sentimento é mútuo, ocorre aí a conexão de duas almas, nesse instante o coração não para, não descansa. Ele está frenético, pulsando amor, alegria e paz. É o êxtase, minha mente para, flutua e acompanha a cena em câmera lenta, registrando todos os ângulos... a cena é única e se Deus quiser, não terá fim.
As músicas se confundem, mas não de forma abstrata, formam então uma única melodia, de impossível reprodução lógica.
É eterno. A sensação, é de Paz.
☮
Vitor Germano Viçôzo
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